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  • Foto do escritorIsabella Schmitt

Startups Zebras: o que são e porque focar menos em ser uma unicórnio?

Atualizado: 5 de dez. de 2022

O tão sonhado objetivo de fazer parte do raro grupo das Startups Unicórnios pode estar com seu número de adeptos diminuindo.


Agora a vez é das startups Zebras. Esse movimento busca muito mais que o grande valor de mercado e investimentos, mas sim um equilíbrio entre seu propósito e as finanças.

O termo que surgiu em 2017 em um artigo escrito por Jennifer Brandel, Mara Zepeda, Astrid Scholz e Aniyia Williams, publicado na plataforma Medium. No texto, elas explicam o porquê da busca por ser um unicórnio pode ser sinônimo de fracasso.


O que são Startups Zebras?


A definição de startups Zebras, vem do propósito de contribuir e alinhar para um desenvolvendo e ganho de lucro de forma equilibrada. Desse modo, diferente dos unicórnios, as startups Zebras buscam ter uma menor dependência do capital externo (como rodadas de investimentos), conseguindo assim, manter o negócio com uma sustentabilidade financeira mais concreta e real.


Mas por que zebras?


A escolha desse animal para representar esse novo conceito de startup é justamente por serem animais reais e, que possuem como característica o senso do coletivo para se manterem.


As Zebras têm como natureza serem animais cooperativos, mutualistas, que prosperam, crescem e sobrevivem através da colaboração de todos.


Outro motivo para escolha é porque as zebras apresentam duas cores distintas entre si: o branco e o preto. Essas duas cores fazem referência a dois ideais simultâneos que juntos complementam-se: o lucro e o propósito!


O propósito das empresas Zebras


Esse movimento das empresas, preza pela gestão organizada da inovação nos seus processos, para que esses sejam sustentáveis a médio e longo prazo. Dessa forma tendo um crescimento sustentável, mas não é realizando a todo custo.


O movimento Zebra Unite surgiu com a premissa “As zebras consertam o que os unicórnios quebram”. Esse movimento foi criado em março de 2017 nos Estados Unidos e foi liderado pelas CEOs das áreas de moda, comunicação e tecnologia Jennifer Brandel, Mara Zepeda, Astrid Scholz e Aniyia Williams.

Outra característica dessa geração de startups Zebras, é que ela surge como uma resposta direta a falta de diversidade de gênero, raça e histórico de vida entre os fundadores de startups encontrada atualmente neste segmento.



Muito além de um status


Enquanto as startups unicórnios ganham esse título após conquistarem o capital de U$$1 bi, na maioria das vezes em rodadas de investimentos. Para ser uma startup zebra é necessário cumprir alguns requisitos que comprovem que a empresa esteja realmente alinhada e comprometida com os princípios em toda a cadeia de decisões e ações.


5 perguntas para alinhar o seu negócio com o pensamento Zebra


As Zebras Unite surgiu justamente para trazer a tona a discussão sobre o modelo de capital de risco atual. Além de explicar como se tornar uma startup zebra, é importante refletir sobre alguns pontos estruturais que devem fazer parte não só do momento de tomada de decisões, mas sim ser parte da filosofia da empresa e dos seus colaboradores.


Por isso, existem 5 perguntas que devem ser usadas para guiar desde a produção dos seus produtos a até companhias mais éticas e humanas.


  • O produto foi desenhado por ou para as pessoas afetadas? O designer da solução deve ser um facilitador, e não um especialista. Construa seu produto junto à comunidade que ele atenderá.

  • O produto inova ou conserta? As zebras não seguem o mandamento de “mover-se rápido e quebrar coisas”, muito praticado no Vale do Silício. Essas startups firmam processos que garantem parcerias privadas, públicas e com a comunidade. O objetivo é que todas as instituições sejam empoderadas e atuem de forma sustentável.

  • O produto machuca ou cura nós mesmos e o planeta? Não construa soluções que resultem em vício ou em destruição de recursos naturais. Os novos modelos de negócio devem ser criados para melhorar a saúde de nossas mentes e do meio ambiente.

  • O produto gera resultados para poucos ou a riqueza é compartilhada? Sabemos como poucos investimentos de capital de risco vão para fundadoras de startups do gênero feminino, por exemplo. As próprias empreendedoras da Zebras United passaram por isso. Por isso o movimento busca criar uma prosperidade para que criadores e funcionários possam prosperar e crescer lado a lado, de modo mais igualitário.

  • O produto recompensa acionistas ou participantes do ecossistema? A alternativa para modelos que dependem dos investidores é considerar que seus usuários, funcionários e outros participantes no negócio têm uma participação no valor criado pela sua zebra. Pense em estruturas societárias que atendam um interesse mais coletivo. “Quando o retorno aos acionistas súpera o bem-estar coletivo, a democracia é ameaçada. O modelo de negócio cria o comportamento. Em escala, esse comportamento pode ter efeitos até mesmo destrutivos”, escreve o Zebras Unite em seu manifesto no Medium.


Zebras pelo mundo

O movimento, que começou de modo isolado nos Estados Unidos, mas hoje ganha adeptos em diversos países, que cada vez mais se identificam com sua premissa.


Hoje no Brasil já encontramos empresas que buscam esse alinhamento mais real e humanizado para seus negócios, um exemplo é a Impact Hub Floripa, que é uma empresa de coworking brasileira de Florianópolis que já aderiu ao time das Zebras.


Outro exemplo de Zebra é a Switchboard nos Estados Unidos, que fornece consultoria, plataforma comunitária e desenvolvimento profissional para equipes e instituições que envolvam suas comunidades. Atendendo principalmente faculdades, escolas e organizações sem fins lucrativos, suas fontes de renda vêm desde treinamentos, acessos à plataforma e avaliações.


Essas duas empresas mostram que para ser uma Zebra não impede que o seu negócio cresça, pelo contrário ele fará isso de modo consciente e estável, podendo evitar futuras frustrações financeiras.


Pensar em negócios a partir deste novo formato, mais consciente, só tem vantagem para o seu negócio, o modo como a população está consumindo e se relacionando com as marcas e empresas exige essa adaptação e reavaliação do que de fato importa: apenas crescer de forma exponencial ou gerar impacto na sociedade em que vivemos com o que realmente vale a pena?

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